Há em mim uma ponta de faca,
Uma agulha espessa,
Uma tampa folgada.
Há em meu corpo uma roupa velha,
Estrago das horas, marcas clareando.
Não sei quantas casas estão esperando
Tão pouco me importa se há cobertor.
O cão já latiu, o pássaro migrou
Não há sete vidas, o gato cansou.
Não me tome por agora,
Não, não me acredite...
Há sim, lá fora, o sol de costume
E o mar, e os seus marinhos!
É que hoje escrevo entre rios...
Inundando meus aspectos
Afogando minhas mãos.
Há sim, lá fora, o sol de costume
E o mar, e os seus marinhos!
Não me tome por agora,
Não, não me acredite...
Sou apenas uma mulher
Que amanheceu sem cor.
terça-feira, 26 de agosto de 2008
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8 comentários:
Acabei de vim do culto das bacantes. Lá um texto sobre avesso. Chego aqui e também... Escrevi ontem ou anteontem algo tangenciando o avesso... Não é possível não haver algo... Não sou dado a acasos...
você é coloridaaaa!!!
Ela entrou. Tava escuro. Tentou tatar algo para não tropeçar. Nada
Ajoelhou no chão. água.
Que água era aquela? De onde vinha?
De repente estava em meio à escuridão e sentia os pés molhados.
Não lembrava de nada. Atordoada.
Percebeu um ardor nos olhos. Sentiu arder quando tocou o rosto.
Nariz, olhos e olheiras. Ardiam.
Lembrou de tudo, da perda, dos planos.
Não lembrou de tudo, é claro.
Mas lembrou.
E de repente pisava em suas próprias lágrimas.
Sozinha.
Mas o branco é também a junção de todas as cores...
Tem água feminina, forte, tuas palavras.
que P&B mais vivo, e colorido...
que bonito, Camila! é bom passar por aqui. Um abraço!
Ana Cecília
deveras bem escritas, essas suas palavras. gostei muito, senhorita... passarei por aqui mais vezes.
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