terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Banho de Ano Novo ou Receitinha de Soane Matos



Misturar em água fervente,
Canela, cravo, folha de louro.


Um banho do pescoço pra baixo,
E o ano novo vai ser o ôro!

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( Fotografia: Zeg / http://www.flickr.com/photos/zeg/ )

Epa Baba!






Olha lá o

Ano Novo

Saindo da casca

Do ovo!

.


( Fotografia: Zeg / http://www.flickr.com/photos/zeg/ )

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Marcado






Acredito em meu peito sonhador,
Quando é chegada a hora dos últimos dias.
Ouço os planos pelas mesas,
Enquanto sorrio pensando nos meus.
Talvez pelo fato do sol chegar,
Rei de tudo em minha terra,
Os passos clareiam,
As águas aquecem,
A cor é dourada.



Acredito, em meu peito sonhador,
Que o novo ano é chegado em novos dias.
Ouço meus planos de almofadas,
Enquanto sorrio tocando nos meus.
Certeza é que vai ser lua cheia,
Rainha de tudo em minha terra.
Os passos brilhantes,
As águas de espelho,
A cor será prata...
-
Fotografia- Tiago Lima ( www.tiagolima.com)

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Óculos escuro

-

Entre as pernas
De seu calção,
Acho que vi o Verão!
-
(Imagem/Tiago Lima- www.tiagolima.com)

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Colores

Flores mostram cores,
Quando é tempo.

Não há outro tempo, que não esse,
Onde vivem e morrem.

Assim como as flores,
É a sina viva.

Vida,
Tempo,
Morte.

É preciso cores!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Ardência

Embora eu saia,
Contorne a cidade,
Troque, reboque, me espalhe.
Mesmo com toda a graça,
Com todo o seio,
Com todo o freio.
E enquanto me esvaio em rimas,
Traçando metas, retas,
Planos, tramas...
Meu copo seca,
Meu corpo queima,
Em minha cama.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ao amor

Vem,
Porque dos rios ando tão seca,
E tudo em mim já estiou.
Nem de saudade meu peito alegra,
Pia baixinho. Feito pinto, pio.
Porque tem horas, meu amor,
Que o vazio chega tamanho,
Que não há riso, nem rumo, nem seta.
Só o vazio, vazio de ar.
E nessas horas procuro cega,
Qualquer pingo d’água,
Qualquer gota que na minha calha calhe
Displicente, corriqueira, comum.
Vem,
Ando doente, quero ter tempo.
Cada segundo.
Bebê-lo nessa sede,
Umedecer cada vinco,
Cada micro vinco,
Cada semente.
Vem,
Ando chorosa,
Ninguém vê graça,
Estou perdida,
Cansada,cansada,
Nem sei se estou...

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Beijo

-
Fica acertado assim:
Eu nunca digo não
E você sempre diz sim.
-
( Fotografia: Zeg / http://www.flickr.com/photos/zeg/ )

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Curtinho da vida

-

De certo que existem os presságios,
E há o mal que é preciso reconhecer.

De certo que a paixão soterra
A vida, a vela de quem não sabe sofrer.

Das minhas mãos escorre o amor,
E por ele o meu sol nasce amando,

Cá em meu coração tem plástico não,
Só pano.
-
(fotografia: Tiago Lima- www.tiagolima.com)

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

(...)


Por hora respiro calma.
Nessa pausa de raríssima constância,
Sento, recosto,deito...

Aproveito o sereno vento,
Como se fosse o ultimo doce,
A ultima fruta de comer.

Não demora acelero o rojão,
E, às distrações,
Só caberá uma certeza antiga.

Mas por agora,
Aquieto nessa varanda qualquer.

Vê o passarinho,mulher,
De pena pequena,
Tão miudinho de tempo levar?

Vê essa hora, passando, com ele voando,
Tão indo!

Vê...

Passando, passou.
.
Fotografia: Tiago Lima ( www.tiagolima.com )

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Notícias




Por aqui, ando igual...
O céu e o azul
O mar e o sal.
-
(Fotografia: Tiago Lima- www.tiagolima.com)

terça-feira, 30 de junho de 2009

Trintando

Diante do espelho,
Todas as manhãs,
Reviso as graças do tempo.

Algumas de suas linhas
Impressas pelos meus olhos.
E,como se para descansar o olhar,
Meigas almofadinhas.

Minha pele de mulher
Sem artifícios
Deixou de ter viço logo aparente.
Tornou-se um tanto fosca
E um pouco frágil.

Meus cabelos emaranhados
Do sono agitado,
Outrora lisos e loiros,
Agora secos e ruivos,
Fazem-me concluir:

Tinta com ou sem amônia,
Dá no mesmo.
Certas coisas não há creme que dê jeito.

A boca meio espalhada,
Perdeu um pouco do rosa.
Uma palidez fantasmagórica
Toma início
Por toda a minha face.

Algumas bolinhas esquisitas,
Que nem sei nomear,
Deram a aparecer aos montes!
Tentei tirar com laser,
Mas as tais voltam em bando.

Ao menos o sorriso
Parece-me agradável...
Meus dentes,
Graças as normas de saúde,
E não ao tempo,
Andam bem,obrigada.

Suspiro todas as vezes
Pensando em como esse ritual
Irrita

Forçosamente sou lembrada,
Diariamente,
Que pouco me falta pros trinta.

Passageira

-
Tristeza em mim
Vem de graça.

Se escrevo,
Ela passa.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

A pulga ( para Paulinho e outras crianças)

Dentinhos da pulga
Afiado desejo,

Coçou o cachorro,
Mordeu o meu dedo,
E de tão fininhos,
Não vejo, não vejo...

Do alto do salto,
Vê-se a cidade.

Os prédios, os carros,
A velocidade.

Mas, sabem a pulga,
Tem melhor destino...

E de salto em salto,
Deixa o que é chato,

Vai indo, vai indo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

A planta

(Para Tatiana Sinay, meu amor planta)
Plantei-te no quintal de casa,
Perto das laranjeiras, onde a terra
Conserva umidade e os passarinhos,
Vem-te sorrir nos finais de tarde.
Por onde passa uma nesga de água...
Que é bem pouca, é verdade,
Mas não é de maldade.
Se reparar bem,
Pelo fio fino de água
Há certa nostalgia,
Uma suavidade só sentida
Nas coisas discretas...
Passa por ti serena,
Constante,
Cumprindo o papel:
Te matar a sede.
Coloquei-te, devagarzinho,
Numa cerca de palha dourada,
Onde em noites de muito frio,
Cubro teus sonhos
Com toalha de flanela quadriculada.
Como gosto de te ver sonhar!
Ás vezes nem me faço notar...
Pego no sono alí mesmo,
Entre teus sonhos.
Sonhos de planta grande,
Mas não essas grandes estranhezas!
São grandezas, essas tuas,
De fazer sonhar gente também.
São de som e de frescor,
Coisa pouca, crescer diferente.
Tem dias, quando meu coração bate mais fraco,
Que te reparo e me ponho a rir contigo.
E tuas folhas ficam de vibrar...
Deixando o ar cheio de graça!
Aí, tudo que é planta ri junto,
E já nem me lembro das asneiras do meu peito,
Porque ele entende de repente,
As esperanças.
Nessas horas guardo bem teu riso,
Pra não esquece-lo,
Quando o tempo das distâncias chegar.
Plantei-te no quintal , é verdade...
Para nunca sentir saudade dolorida,
Para sempre sentir perfume,
E pra que todas as manhã sejam alegrias,
Por perto de minha casa.
-

terça-feira, 2 de junho de 2009

Só (da serie poeminhas bestinhas de um Outono mais besta ainda)





Solidão.

Cama
mesa
e banho,

sem meu coração.

-
Fotografia-Tiago Lima (www.tiagolima.com)

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Encantado




(Para Rai,por me fazer ter mais carinho com as memórias,
por me lembrar de escrevê-las,pois jamais as quero perder)



.

No sítio de meu pai,
Quando o dia já me tocava,
Costumava sentar na varanda
E ver o tempo ser amigo.
Por lá, ele (o tempo), gostava de passear.
Circulava as siriguelas,
Aguardava as acerolas,
Sorria em graviolas,
Sentava em meu colo de início.

Por horas me perdia num verde certo.
Por horas era verde o meu coração.

Meu pai, não demorava, já ia concertar a cerca,
Concertar a fonte, concertar qualquer coisa,
Que não estivesse direita.
Ia numa felicidade construída.
Sem camisa, sem óculos,
Sem hora.
Vez por outra entrava farpa no dedo,
Farpa de madeira.
Eu corria pra tirar.
Meu pai tinha medo de sangue.
Desmaiava.
Homem grande daquele,
Era besta pra dor...
Mas eu entendia.

Minha mãe gostava da cozinha,
Danava a fazer doce!
Doce de leite de bolinha,
Em pasta, doce de goiaba,
Doce de Caju.
Gostos bons tinham os doces.
Havia algo a mais que fruta e açúcar.
Muito mais que temperatura exata,
Ou ponto certo da calda...
Ela nunca dizia o que era
Mas dava pra sentir.

Pelas tardes eu corria sem pressa,
Só por vontade...
Pés descalços.
Ventava manso nessa hora,
Tudo calhava numa promessa presente.
Eu ia catar as meninas,
Pra irmos no rio da ponte.
Tinha água pra tudo que era lado,
Alegrias todas molhadas.
Ria o rio todo dia com a gente.

Voltava pra casa enlameada.
Minha mãe de cara feia,
Meu pai achava graça só pra mim.
Passava igual um raio,
Não querendo ouvir qualquer coisa.
Trancava a porta do banheiro,
A tramela reclamava
E eu sorria de agonia.

À noitinha, novamente na varanda,
O café tinha cheiro de terra.
A mesa era posta,
Enquanto tudo lá fora se recolhia,
Sem saudade alguma.

Mais pra dentro da noite, meu irmão cantava.
Gostava de chamar boas coisas.
Eu acompanhava.
Éramos dupla, parceiros, juntos.
Cada qual na sua cama,
Entre olhares e amores,
Admirados um do outro,
Até o sono acordar os sonhos.

Noite grande depois da cantoria.
Depois só silêncio
Entre os sons bons de ouvir.

Quando o sol em calor nascia,
Todos os bichos acordavam,
E, todos juntos , acordávamos para viver.

Vida boa!
Lembranças de peito largo,
Essas do sítio de meu pai.

Por lá não havia nada,
Nada demais...
.

domingo, 26 de abril de 2009

(...)

De tudo o que eu queria
Nada, nada ficou.

No ar esse cheiro deitado,
Esse perfume de coisa passada.

Talvez, um dia, o tempo venha me acarinhar...

Não sei se vou crer nas esperas,
Não sei.

Mas quero muito ser gente contente,
Dessas que são lembradas,
E de lembraças não passam,
Mas são de sempre lembrar.

Hoje ví um homem lindo,
Pedir uma mulher de riso claro
Em casamento.

Chorei água de riacho.

Acho que as nuvens são de passar.

Passando eu...

Não sei se sou espera.

Não sei quase viver.

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Passos de chuva.

Mais uma semana.

A chuva continua,
Pelos dias e corredores.

Me agasalho,
Querendo muito
Esquentar minha pele fria.

Nada acontece...

Mesma chuva,
Mesmos vales,
Mesmas vias.

Aqueço alguma memória,
Para manter o sol,
Sobre meus pés molhados.

O céu me olha zangado,
Eu apenas não entendo.

Queria raios de calor,
Muitos deles, todo tempo.

Nada acontece...

Dissolvo minhas vontades.

São dias de chuva,
É verdade.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Lua (da serie versinhos bestinhas em Abril)

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Eu tão na sua
E somente minha
Essa lua

Gim (da serie versinhos bestinhas em Abril)

.

Sempre a mesma coisa
Toda vez que te encontro.

Parece que eu bebi
Sempre saio um pouco tonto.

Horóscopo (da serie versinhos bestinhas em Abril)

.


És bem de terra.
Eu sou do fogo.

Se não for pra combinar
Tiro os signos do jogo.

Sabor (da serie versinhos bestinhas em Abril)

.


Vivo assim
Meio a mingua

Sem saber
Que sabor
Tem a tua língua.

De saida (da serie versinhos bestinhas em Abril)

.

Sai esperança
Não demore por aqui.

Assim feito criança
Não consigo desistir.

Raivinha (da serie versinhos bestinhas em Abril)

.

Essa raiva aqui dentro
Não me toma por completo.

Apenas anda de mãos dadas,
Por você não andar perto.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Passando (da série versinhos bestinhas em Abril)

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Não há como segurar.
Passados os dias,
Passado a passar.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Desacerto (da série versinhos bestinhas em Abril)

.
Está decido.
Só esqueci de fechar
Esse acordo comigo.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Praia

Minhas incertezas ocorrem
Num filete
Pelos meus olhos de agora.

Meus dias são de sol a pino
Sigo rente, forte, firme,
Mas cá dentro, em escuro,
Me redimo.

Contorno meus pensamentos
Em horizontalidades.

Há mar em toda parte
Por ele molham-se meus minutos.

Sopro os encontros
Entre as brisas do acaso.
E deito na areia
Morna, solta, tanta...

Por momentos respiro,
Quando a tarde acontece
Revelando despedidas.

É remedio do instante.
O ar serena interiores.

Ao sono me entrego,
Me fazendo silêncio.

E rezo muitas vezes,
Pelas simples felicidades.

segunda-feira, 30 de março de 2009

...

Passei dias passando o tempo
No ferro quente das horas.
Meus sonhos andam de cama
E hoje me parece um dia triste.
Não sofro, nem padeço.
Meu pedaço nisso tudo
Compreendo
E engulo.
Apesar da dor não chegar,
Choro um pranto lento...
A água vem na medida
Do meu corpo
E hoje me deixo esvaziar.
Por sorte ou por merecimento
No meu caminho canto flores,
São canções de braços dados
De calor, de partes, de encontro.
Não sei se por sorte ou por merecimento
Algumas mazelas não me deixam
Aperto-as e as guardo no bolso,
Como quem guarda uma saudade
Como quem teima vontades.
Hoje me deixo esvaziar,
Desses meses de graça e estio,
Dessa água que me navega,
Dessa esperança que é arrepio,
Dessa esperança de um final de dia comum,
Nada além de comum...

terça-feira, 24 de março de 2009

Leminskando II

O amor é azul,
na verdade.

Me conta num Blues
Tem cor a saudade?

Leminskando

Será a bala
Lá do revolver

Pra minha cabeça,
A prova dos nove?

terça-feira, 10 de março de 2009

Leão


Para Ismael Teixeira

Caminhos que seus pés descalços seguem.
Brasa, brasa.
Guarda nos seus olhos de momento
calma e tormento, força, força.
Encontrei com o leão. Nunca houve
dama ou dono.
Apenas estrelas, brilho, força, força.
Do meu amor leva as branduras,
há calma e secura, navalhas.
Nos seus ouvidos o meu sussurro em prece,
porque no caminhar é de fé a altura:


Força, força, força...

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Gole



Desejadas palavras
escritas ou faladas,
pensadas,então,apenas.

Porque amor só de sentir já basta,
mesmo que não haja
forma alguma ou forma plena.

Só de sentir é sol
e é Verão e é alegre.
amor,mesmo que breve,
é bom refresco,
é copo d'água.


domingo, 1 de fevereiro de 2009

Ciranda.net



A convite de minha querida Raiça, amiga de coração, entro na ciranda e agradeço a lembrança,o carinho.Convido um outro tanto de amigos,para entrarem na roda.



Trata-se da seguinte tarefa:


Agarrar o livro mais próximo;


Abrir na página 161;


Procurar 5ª frase completa;


Colocar a frase no blog;


Repassar pra cinco pessoas.



O livro mais próximo foi Fúria da Beleza de Elisa Lucinda e a frase encontrada foi:


"...Mas minha cabeça está ao seu colo implorando cafunés..."


Convido a cirandar:



Diovvani Mendonça (http://diovmendonca.blogspot.com/ )



Foto: Tico-Malabares Mágicos-2008

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Veraniando



Calor e possibilidades.
Em meu peito
Pouca saudade.
-
(Fotografia:Tiago Lima- www.tiagolima.com)