quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

(...)

Silêncio.
Por aqui
Só o vento.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Sempre Viva




Pois que vi as tais cores!
Inúmeras manchas espalhadas,
Revelados pontos.

Debrucei-me sobre um ombro amigo.
Num calor de Setembro
Meus olhos descansaram
Seus momentos.

Senti algo feito de água,
Levando de meus pés
Eternos anseios...

Sobre meus cabelos
Um toque familiar.

O cheiro das Sempre Vivas
Cantando caminhos...

Em meus ouvidos
Uma voz costumeira
Alegrando os novos tempos:
-São flores!

E pensei que nunca uma estação,
Pareceu-me tão certeira.
-É Primavera...

Graças a Deus!
-
(Fografia: Tiago Lima - www.tiagolima.com)

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Avesso

Há em mim uma ponta de faca,
Uma agulha espessa,
Uma tampa folgada.

Há em meu corpo uma roupa velha,
Estrago das horas, marcas clareando.

Não sei quantas casas estão esperando
Tão pouco me importa se há cobertor.

O cão já latiu, o pássaro migrou
Não há sete vidas, o gato cansou.

Não me tome por agora,
Não, não me acredite...

Há sim, lá fora, o sol de costume
E o mar, e os seus marinhos!

É que hoje escrevo entre rios...
Inundando meus aspectos
Afogando minhas mãos.

Há sim, lá fora, o sol de costume
E o mar, e os seus marinhos!

Não me tome por agora,
Não, não me acredite...

Sou apenas uma mulher
Que amanheceu sem cor.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Serenando




Ponho-me com o sol.
Em sua tarde quase noite
De pingos no céu
De panos tingidos.

É de tanto adeus
Que os meus ouvidos
Quedam em cansaço
Na palha gasta de sol.

Reclamo pela luz que se esvai
Pouca e muda,
Enquanto ronca no mar
O que já vai sem partir.

Queria conter o sal
Queria.

É só, ser tanta partida.

Queria conter o sal
Pôr-me junto, compor frangalhos,
Mas turvo!

Amanhã é novo ainda...
-
(Fografia: Tiago Lima - www.tiagolima.com)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Haikai das Trincheiras





Hoje a noite foi de guerra.
Você armado até os dentes
Eu com as fronteiras abertas...


-

(Haikai escolhido para participar do lindo projeto PÃO E POESIA-http://paopoesia.blogspot.com/)
(Fotografia:Tiago Lima-www.tiagolima.com)

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Tempo azul


Talvez o tempo, disfarçado de menino,

Venha brincar comigo a noite.

Quando as crianças cerram suas ânsias...

Sei que nascem coisas a todo o momento

E por mim, que sou de agora,

Transpassam as memórias de outras canções.

Vez por outra não caibo em minhas cantigas

Nas saias, nos varais...

Mas a dormida é feita no ninho

E, como em todos,

Há trabalho nas ventanias.

Talvez o tempo, disfarçado de menino,
(Porque menino é e não é de agora)

Tenha se embebido nas águas mansinhas...

Deixando seu rastro pela manhã.

Fazendo nascer,pertinho,

Nessa cidade como tantas

Um assim...
Azul.
***
-Na foto...Paulo-Paulinho e Mila-Miloca,
Azuis.

sábado, 5 de abril de 2008

Café da manhã

Venta lá fora
Enquanto aqueço o café de ontem.

Repouso meus pensamentos
Sobre a cortina da sala.

Pelo papel escoam palavras normais.

Lá fora faz sol,sonhos e pesares
E na companhia do silêncio
Converso com folhas de jornais.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Tapete




Abre o céu de hoje,
Pois por onde ando
Mora o presente das areias.

O tempo vem no abraço terno
Envolto em meias palavras.

Guarda como quem cuida tesouro
E reza por algum menino
Em noites de chuva fina...

A matriarca arca com benções.
E coisa divina é ser mulher
É ser família, e ter fé nos pés.

Abre o céu de hoje,
Pois por onde ando
Há pano n’água, e há renda e há parada.

Vão todas as pegadas lavadas,
Formando os caminhos de azul e verde
Contornando outras mãos
Que se deixam aguar...

No mar é brando meu fogo.

E escorro em água
Todos caminhos.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Juras

Dentro da casa rosada
Onde outra feita
Sim,se deita.

Nas femininas estampas
Na boca de carne
Rompidas, sutis,

Vermelhas rosas bordadas nas juras.

As juras nuas
Todas elas.

Juras
Juras
Seu amor...