segunda-feira, 8 de junho de 2009

A planta

(Para Tatiana Sinay, meu amor planta)
Plantei-te no quintal de casa,
Perto das laranjeiras, onde a terra
Conserva umidade e os passarinhos,
Vem-te sorrir nos finais de tarde.
Por onde passa uma nesga de água...
Que é bem pouca, é verdade,
Mas não é de maldade.
Se reparar bem,
Pelo fio fino de água
Há certa nostalgia,
Uma suavidade só sentida
Nas coisas discretas...
Passa por ti serena,
Constante,
Cumprindo o papel:
Te matar a sede.
Coloquei-te, devagarzinho,
Numa cerca de palha dourada,
Onde em noites de muito frio,
Cubro teus sonhos
Com toalha de flanela quadriculada.
Como gosto de te ver sonhar!
Ás vezes nem me faço notar...
Pego no sono alí mesmo,
Entre teus sonhos.
Sonhos de planta grande,
Mas não essas grandes estranhezas!
São grandezas, essas tuas,
De fazer sonhar gente também.
São de som e de frescor,
Coisa pouca, crescer diferente.
Tem dias, quando meu coração bate mais fraco,
Que te reparo e me ponho a rir contigo.
E tuas folhas ficam de vibrar...
Deixando o ar cheio de graça!
Aí, tudo que é planta ri junto,
E já nem me lembro das asneiras do meu peito,
Porque ele entende de repente,
As esperanças.
Nessas horas guardo bem teu riso,
Pra não esquece-lo,
Quando o tempo das distâncias chegar.
Plantei-te no quintal , é verdade...
Para nunca sentir saudade dolorida,
Para sempre sentir perfume,
E pra que todas as manhã sejam alegrias,
Por perto de minha casa.
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4 comentários:

Anônimo disse...

Oh, meu Deus!

E o pior é que não há como eu te retribuir uma coisa dessas!
Como pode?
Olho cheio d'água!
Te amo!
Tati

Frida Cores disse...

que lindo! tão delicado!

Cores e Versos disse...

Te amo!
Linda!

Raiça Bomfim disse...

Que coisa mais linda!

É alimento pra todos ter seu amor, maloca minha!