Diante do espelho,
Todas as manhãs,
Reviso as graças do tempo.
Algumas de suas linhas
Impressas pelos meus olhos.
E,como se para descansar o olhar,
Meigas almofadinhas.
Minha pele de mulher
Sem artifícios
Deixou de ter viço logo aparente.
Tornou-se um tanto fosca
E um pouco frágil.
Meus cabelos emaranhados
Do sono agitado,
Outrora lisos e loiros,
Agora secos e ruivos,
Fazem-me concluir:
Tinta com ou sem amônia,
Dá no mesmo.
Certas coisas não há creme que dê jeito.
A boca meio espalhada,
Perdeu um pouco do rosa.
Uma palidez fantasmagórica
Toma início
Por toda a minha face.
Algumas bolinhas esquisitas,
Que nem sei nomear,
Deram a aparecer aos montes!
Tentei tirar com laser,
Mas as tais voltam em bando.
Ao menos o sorriso
Parece-me agradável...
Meus dentes,
Graças as normas de saúde,
E não ao tempo,
Andam bem,obrigada.
Suspiro todas as vezes
Pensando em como esse ritual
Irrita
Forçosamente sou lembrada,
Diariamente,
Que pouco me falta pros trinta.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
'Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'. (Balzac)
Viva as leoas, minha véa, e seus ardentes vincos!!!!
que delicioso esse!!...adorei as almofadinhas...eu tenho fofos travesseiros de pena...
Ahhh, fico feliz que tenha gostado do "devaneios". Agora teremos mais uma colaboradora, Moniquinha. foi através do blog dela (amelie), que cheguei até o seu.
q coisinha mais linda!!
Pois é, Milão, a velhice é uma desgraça. Hipócritas os que dizem o contrário. Estou com Lord Henry Wotton e não abro.
"A pulsação vibrante dos vinte anos esmorece. Perdemos o vigor físico, a acuidade dos sentidos. Degeneramos em fantoches hediondos, perseguidos pela recordação das paixões que receávamos, das deliciosas tentações a que não nos animamos a ceder. Mocidade! Mocidade! Não há nada no mundo senão a mocidade!"
Por isso que não fico velho. =D
Postar um comentário