segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Para Cláudio

Ofereço-lhe o cansaço
Regaço do meu corpo
Tombado pelos afazeres diários.
Os sóis são duros raios
Que convergem em minha côncava estrutura.
Só sua fala é bálsamo
Para minhas ordinárias mazelas.
Sua respiração
Corrente de vento desvendando
Dúvidas corriqueiras.
Estarás sim em mim
Como essas estrelas
Que habitam o céu
E que, mesmo mortas
Há anos luz, ainda refletem-se
Nos mares.
Guardarei sua paz como quem guarda
Uma prece de criança
Que ao pé da cama pede pelos que ama.
Mesmo que eu morra em teus olhos,
Que meu brilho visto por ti se esvaia
Num caldo seco de não sentir,
Sua face pra mim será terna,
Eterna na tez do filho,
Nosso que nós tivemos.

2 comentários:

Anônimo disse...

que lindo. suspiros.

Leandro Jardim disse...

Bonito isso...